Absolute Batman Vol.01
- Felipe Lopes
- há 3 dias
- 3 min de leitura
Renovar personagens consagradas até pode ser arriscado, mas convenhamos, é fácil. Tire ou adicione algo, troque uns personagens de lugar e pronto, temos um novo Batman.

A iniciativa Absolute é sem dúvida uma das coisas mais legais que a DC fez nos últimos anos, ao contrário dos reboots e restarts, eles literalmente criaram seu próprio universo Ultimate. Confesso que não li absolutamente nada do que levou a criação do universo, sim tivemos alguns eventos no universo tradicional, que permitiram a existência deste novo mundo, se eu ler prometo voltar aqui. Dito isto, podemos bater o martelo de que, não precisamos de contexto, é tudo novo!
Batman talvez seja o herói mais amado da editora e isso geralmente se reflete em vendas, trazer ele numa remodelagem mais agressiva (ele tem um machado) e menos aristocrática (mentiram para você!), chama atenção. As vendas não mentem, a edição já esta perto de bater meio milhão em vendas, mas por que? Aqui partimos do achismo, não tem como descobrir a resposta, mas existem alguns fatores a destacar: número 1 vende mais, muitas capas variantes influenciando os especuladores e colecionadores fanáticos, o marketing teve seu papel sim e por fim, carência. Vamos abordar um pouco melhor este último ponto. Estamos passando por uma crise de criatividade, elas sempre acontecem, contudo desta vez é mais fácil de perceber, é só olhar para o cinema, que carece de conteúdo de qualidade e vemos um fracasso após o outro, em contraste há poucos anos atrás, quando víamos bilheterias bilionárias pra todo lado. Essa crise também atingiu os quadrinhos e o fã estava no mínimo carente por bons gibis, apareceu Absolute, o marketing foi bom, parecia bom, vendeu.

Introduções dadas, vamos ao que importa, é um gibi de meio milhão? Confesso que criei expectativas, mas também recebi muitas informações sobre a trama, meses antes de ler. Não acho que alguma dessas coisas tenham afetado minha experiência. A revista começa se vendendo como "olha, temos aqui um batman da classe trabalhadora. Sem dinheiro, sem mansão", sugerindo que esse Batman será mais diy, com gadgets improvisados e de baixo orçamento, enfrentando problemas menores e sendo quase a versão Peter Parker com roupa de morcego, nada disso. Ele tem todos recursos e mais alguns, o batmóvel dele poderia se chamar bat-prédio e a luta dele em nada se distância da que vemos na linha tradicional, ou seja, deram uma volta na quadra e chegaram no mesmo lugar, mas com machados e facas nas orelhinhas.
Bruce é um jovem genial, com muitas oportunidades, seu pai foi assassinado em um passeio da escola, o que levou ele a se tornar o Cavaleiro das Trevas. Como forma de aperfeiçoar seu corpo e mente, buscou conhecimento nas areas da construção civil e todo tipo de combate, sua intenção era trabalhar em todos os cantos da cidade, ser um com ela. Toda a intenção é boa e eu gosto, mas logo de cara o Batman simplesmente rouba uma moto! Talvez para justificar ele ter uma moto tecnológica?

Esse Bruce, é mais liberal, tem amigos que praticam crimes e sabe, usa isso para conseguir informações e como pudemos ver, é capaz de roubar coisas quando "necessário". Essa parte eu gostei, acredito que o Batman precisa ser mais maleável, do contrário vira meme. Ele também é mais maleável em causar dano, cortando mãos, arremessando facas e quebrando mais ossos que seu irmão de outra terra. Em termos de personalidade, além do que citei, ele parece muito mais fechado, como que traumatizado (quem diria), a sensação é que o luto ainda está lá. E ai temos Martha, sim a mãe do Bruce, ela está viva e passa bem, o que poderia ser o ponto chave na virada do Batman, que agora tem a mãe presente e poderia ser uma pessoa menos agressiva ou qualquer outra coisa, mas olha, aparentemente a criação pela mãe, acabou deixando o menino ainda mais brutal.

As ideias estão todas ai, colocando em uma balança, vi mais coisas que gostei do que o contrário, o ponto focal aqui é o que eu queria ver e não o que vi. Ansioso pelas próximas edições, mas com ressalvas.
Aqui no Brasil, a edição será bimestral e no momento em que escrevo, meu volume dois já está a caminho, o que nos leva ao volume 4 da publicação original. Nos Estates, a revista acaba de alcançar o volume 15, e se quiser spoiler, confere a capa desse volume na internet. Ou seja, em um ano, ainda estaremos longe de completar a coleção, por motivos óbvios de que ela ainda está em publicação e de que chegaremos a recém no volume 12. O primeiro volume é promocional por R$ 19,90 e os demais ficarão na casa dos R$ 24,90.
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