(Resenha) Elidriel

Um mundo em que reinava a Paz. Um atentado que o devolve ao injusto caos. Após séculos de harmonia, a seita do Grifo de Platina se torna a lei sob os comandos do chanceler Arthus O'Caddler e passa a perseguir todos os denominados de "pecadores", condenando-os firmemente. No meio de toda essa trama decadente, Ada, uma ex-agente do antigo império, vê-se forçada ao exílio e encontra acolhimento no vilarejo de Valefor, tentando refazer sua vida.
Após a visita de um velho amigo, Kell, os fantasmas do passado ressurgem e uma convocação inesperada a leva de volta para caminhos antigos.
As forças de Elidriel, segredos, uma guerra que ultrapassa os limites do visível fará com que Ada testemunhe e participe da conclusão do destino da humanidade.
Elidriel é um projeto criado por Gabriel Schade, fruto de sua admiração por jogos de rpg e História da Humanidade (de onde tira diversas referências para os eventos que envolvem a saga de Ada - e que você, player, irá ter o prazer de descobrir). Está atualmente em uma fase de demonstração e constante atualização desde seu início, no ano de 2018. Nossa equipe preparou seu pretinho da tarde com açúcar a gosto (gosto sem) e jogou conforme análise a seguir.



TRAMA
Elidriel começa com uma apresentação do universo em que vamos entrar. Do cenário político e das relações com o divino à situação atual da personagem e sua introdução, o jogador mergulha em uma cutscene que, na versão demo, é apenas placeholder, mas o suficiente para prepará-lo ante o porvir.
Particularmente, uma vez sabendo pelo próprio jogo que a introdução não é definitiva, espero um futuro menos verbal e mais visual e sonoro trabalhando o jogador sinestesicamente, o que pouparia tempo e seria mais dinâmico. Além do mais, seria interessante distribuir o rol de informações preliminares na própria gameplay, a fim de fazer com o que jogador "jogue o contexto".

PERSONAGENS
Ada é forte, protetora, obstinada. Uma personagem inspirada em uma pessoa real. Ada Lovelace, filha do escritor Lord Byron, foi notável na arte da escrita e da matemática, tendo escrito o primeiro algorítimo executado por uma máquina.
Apesar de haver a intenção de homenagear, a decisão de transparecer isso poderá tornar a homenagem mais visível ou não no decorrer do enredo a partir da incorporação dos traços da figura histórica (Ada Lovelace) e a personagem do jogo.
Outro nome que surge como referência é Emmy Noether que, como uma personagem homônima, faz parte da trupe de Ada nas aventuras. Opostamente ao perfil conciliador de Ada, Emmy demonstra ser hostil em razão de seu sofrido passado nas mãos do Império.
Outros dois componentes surgem na campanha:
Kell (meu brutamontes favorito), marcado interna e externamente pelas maldades do Império; e Erling, um alquimista incentivador da tecnomagick, fã número um de si mesmo.
MAPEAMENTO
Dispensa comentários.
O mapeamento é bonito e harmônico. Os cenários externos reproduzem a acidental realidade natural em que uma vila timidamente pode existir. Os ambientes internos apresentam um certo dinamismo de espaçamento e iluminação satisfatórios.
O pacote de gráficos da versão atual é o First Seed Materials (FSM) que, segundo o próprio criador do jogo, reflete a lúgubre realidade a ser jogada, portanto cabe muito bem no contexto.
DESTAQUES
O destaque de Elidriel se encontra no esmero de criação de menus, tutoriais, batalhas e mecânicas.
Nada novo no mundo do gamedev, mas em se tratando de Rpg Maker, há um diferencial positivo em como isso é disposto.
Os tutoriais são criados para alcançar jogadores novos e veteranos, dando-lhes a possibilidade de skipar quando não há a necessidade de ler novamente, porém tudo é armazenado no histórico de menu para ser acessado a qualquer tempo.
As batalhas são em turno, muito comum em rpgs nesse estilo, com animações e movimento característicos de cada personagem. Além disso, cada herói possui exclusiva habilidade (denominada Talento) que deve ser utilizada para resolver algum problema apresentado e alcançar novas áreas.