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Infinitas possibilidades

Atualizado: 7 de out. de 2021

O texto abaixo contém infinitos Spoilers!



Capitã Carter


No primeiro episódio da aguardada série do multiverso Marvel, fomos apresentados a um mundo onde Steve Rogers não se tornou o capitão e sim sua parceira de dança Peggy Carter. A personagem já havia tido a chance de destacar-se em uma série solo, onde o baixo índice de audiência resultou em um cancelamento prematuro. Apesar do baixo apelo da personagem, o episódio teve bons momentos que poder até mesmo ser excelentes, não fossem eles, repetições de fatos ocorridos no primeiro filme do Capitão, deixando a originalidade e a chance de um "e se..." um pouco mais inédito. O grande destaque acaba ficando para o final do episódio onde vemos a personagem em posse de uma poderosa espada (seria a excalibur?), enfrentando um monstro tentaculoso, monstro esse que deixa mais perguntas do que respostas. A sim, temos também um totalmente ignorável Steve Rogers em uma armadura semelhante a Mark I do nosso amigo Stark. Por fim, tivemos um inicio relativamente morno, o que tirou a chance de finalmente dar destaque a Agente Carter.


T'challa Senhor das estrelas


Em um episódio curiosamente "morno", temos uma série de festas embaladas pelas coincidente presença do Rei de Wakanda no papel do Senhor das Estrelas. Aqui existe um destaque grandioso para a competência do rei, o que poderia ser interessante, mas acaba manchando mais ainda a imagem do Quill, demonstrando que ele realmente é um problema no MCU. Nosso novo senhor das estrelas não somente se mostra um ótimo líder para os guardiões, como representa uma lenda intergaláctica, chegando ao ponto de convencer o Titã Louco a desistir de seu plano de aniquilar metade da vida no universo. Ao fim, temos a volta do rei ao seu lar, definindo uma espécie de paz mundial, deixando a ideia de um pantera negro poderoso, de lado, assim como colocando um ponto final na vaga possibilidade de enaltecer o real Senhor das estrelas. Por fim, o real "what if..." que ficou no episódio, é o fato de Peter Quill ser filho de um celestial e viver na terra, em uma vida medíocre, o que me faz perguntar, o que vai acontecer quando os poderes dele despertarem?


A morte dos vingadores


No emaranhado de possibilidades para que poderiam se dar, dentro da trama central do episódio, sinto que este foi o episódio que mais desperdiçou possibilidades. Nele acompanhamos um a um, os 5 dos 6 vingadores originais sendo mortos das mais variadas formas. Para aqueles que acompanham o MCU, ver Tony Stark sendo morto é tranquilo, visto que ele é um mortal, o mesmo vale para Viúva Negra e Gavião, mas e quanto ao Thor e o Hulk? O grande desafio de um universo compartilhado como este, é manter a coerência, e ela passa longe nesse episódio. Para os fãs do HQ, ver um Jaqueta Amarela que realmente trás perigo ao mundo, pode até ser algo legal de acompanhar, mas acredito que a forma como a trama foi construída, tenha acabado jogando fora muito do que havia sido estruturado anteriormente. O grande destaque do episódio fica ali para o finalzinho, quando a capitã Carter é encontrada, deixando claro, de certa forma, que este universo do "e se?...", se passa no mesmo que acompanhamos no primeiro episódio, quantos outros são compartilhados?


O mago supremo


Em um dos melhores episódios de toda a temporada, temos o amor sendo colocado a prova. Um Dr Strange encarando de frente a possibilidade de concertar o passado, trazendo seu amor de volta a vida e como todo bom fanático, se perdendo durante a jornada em busca do impossível. Nesse episódio a Marvel eleva sua qualidade e subverte a fórmula batida que usa de forma incessante, com uma narrativa pra lá de dinâmica, temos um capitulo de 30 minutos onde são contadas tantas coisas que é difícil acreditar que realmente se passaram apenas 30 minutos (cheguei a confirmar o tempo do episódio, só por garantia). Enquanto Dr Strange se perde em sua busca, temos uma enxurrada de referências e boa sacadas, com o fim derradeiro da batalha entre ele e ele mesmo, para no final, o que seria o mal, vencer. É curioso que mesmo que o episódio construa uma espécie de variação entre o bem e o mal, no fim o que temos é apenas um oposto modo de lutar com o luto, uma busca pelo pedaço que falta para completar um coração despedaçado.


Zumbis!


Sim, zumbis! Talvez o mais icônico capítulo da série What if?... nos quadrinhos, aqui vemos um apocalipse muito bem estruturado, com a origem do surto sendo explicado já nos instantes iniciais, sem deixar aquele mistério que acaba se tornando esquecível que as séries com zumbis tanto amam insistir. O mundo em decadência é bem explorado, conseguindo criar certa coerência na existência de uma ameaça errante, mesmo em um mundo com tantos super poderes. O time escolhido para encarar os zumbis, foi um acerto em cheio, com nosso amado Homem- Aranha servindo de alivio cômico e com um belo golpe de oportunidade para aproveitar alguns outros personagens não tão amados assim. As cenas de ação e a narrativa do episódio são um show a parte, chegando bem próxima a qualidade do episódio anterior. Não fosse o final em aberto, deixando uma lacuna gigantesca para o "e se?...", seria este o melhor da temporada. Mas, acredito que tenhamos uma continuação na segunda temporada, afinal de contas, este é sem dúvidas o "e se?..." que mais traz público ao camundongo.


Killmonger


No sexto episódio de What If...? Tivemos a grata presença de Killmonger, o primo do pantera. Nele vemos uma elaborada estrutura ao estilo "agente duplo", onde nosso protagonista muda sua posição a cada nova cena. É um episódio interessante e chega a agradar em diversos momentos, mas se perde no que diz respeito ao "e se", Killmonger segue as mesmas premissas que usou no fantástico filme do Pantera Negra, agindo com um pouco mais de violência (acredito que isso se deu pela liberdade que a série trouxe aos produtores), causando uma repetição esquisita. Apesar de ser o vilão, quando em sua primeira aparição, Killmonger trás certa redenção ao longo de sua jornada, o que não ocorre aqui. Nesse episódio, espera pontos um tanto diferentes, acredito que algumas chances foram perdidas e uma simples alteração na personalidade do protagonista poderia trazer um mundo completamente novo. Mas não culpo o episódio pelo meu desapontamento e sim a minha expectativa de ver um Killmonger "bonzinho", mesmo sabendo que isso seria improvável.


Thor fanfarrão


Eu confesso que nunca fui grande fã do Thor, acredito que sua presença poderosa se perde em meio aos roteiros fracos de seus filmes, deixando o herói que poderia ser o vingador mais forte, com menos carisma que um humano com arco e flecha. Levando em conta minha pre disposição a não gostar do personagem, nada me surpreendeu quando este episódio assumiu o pódio como o pior da temporada. Com um clime High School Music, temos um surto festeiro que ameaça o globo, em um mundo sem vingadores, vemos a Capitã Marvel se destacando ao ponto de resumir o Thor festeiro a um menino mimado e inconsequente, manchando ainda mais a imagem do herói que já não estava com o status lá no alto, por fim se o episódio fosse narrado aos olhos da Capitã, talvez sua qualidade acabasse por ser elevada. Mas darei aqui uma colher de chá ao deus dos Martelos, ele teve bons momentos na fase final da guerra do infinito e ainda pode surpreender em seus próximos filmes, assim espero.


Ultron venceu


Com as melhores sequências de ação de toda a série, e ouso dizer que acima de muitos dos filmes do UCM, temos aqui a realidade onde Ultron realizou seus objetivos e colocou um fim a vida humana, deixando apenas nossos amados Gavião e Viúva para trás. Em meio a busca por uma solução e ao tédio de Ultron, vemos a chegada de Thanos a terra, já em posse de 5 das joias, visto que a ultima estava com Ultron, sem cerimonia alguma, Ultron fatia Thanos ao meio, se tornando o ser mais poderoso de todo o universo e é ai que ele parte para "levar a paz" a todos os cantos, passando por diversos cenários conhecidos. Ultron parece ter muito mais afinidade com as joias, acredito que justamente por ter um objetivo diferente do de Thanos, vemos que a capacidade de Ultron se eleva em muito se comparada a do Titã. O episódio acaba deixando claro o poder das joias e serve como uma real redenção ao Robô, mostrando que foi apenas aquele pequeno detalhe que o impediu de realizar seus planos. Ultron consegue tirar o Vigia de seu posto e por certos momentos parece se igualar ao Vigia, mas acaba por ser o vencedor, o que demonstra finalmente que as joias são uma fonte de poder infinito.


Os guardiões do multiverso


Aqui a Marvel faz exatamente o que fez no MCU, junta as pecinhas deixadas para trás em um grande palco e realiza o real espetáculo. O Vigia toma o papel de Nick Furry e junta o grupo mais poderoso de heróis, para combater o temido Ultron, curioso que é nítido que os grupo não é realmente composto pelos mais poderosos e sim pelos mais adequados para a situação, deixando claro que o Vigia, assim como os atores e todos envolvidos nos filmes, apenas seguem um alinhado roteiro pré-estabelecido, lembrando em muito alguns acontecimentos da série Loki. O Mago Supremo prova que realmente é o mais poderoso da atual série e ao mesmo tempo mostra que de malvado, não possui nada, confirmar o que ele já havia deixado claro. Os demais heróis acabam sendo um pouco apagados quando em contraste com os poderes do Mago e de Ultron, fazendo parecer que alguns nem deviam estar ali. É curioso que ao fim, temos uma Gamora que nem havia aparecido, um T'Challa que mesmo após voltar a Wakanda, não parece ter recebido o poder do Pantera Negra, entre outros diversas possibilidades perdidas. A grande sacada da série acabou ficando a cargo de seu próprio título, deixando claro que tudo poderia acontecer e que todas as teorias são validas, mesmo as piores delas. Com isso, tivemos várias oportunidades perdidas, várias soluções esquecidas, mas nada ficou realmente para trás, pois aqui tudo é possível. É curioso como a partir daqui, existem infinitas possibilidades para cada passo, a chance desta bola de neve se tornar incontrolável é grande, mas em meio a tantas possibilidades, será impossível que tudo seja bom, ou que tudo seja ruim, pois assim como o Dr Strange provou com sua jornada e sacrifício, as vezes as coisas só parecem ser, mas não são.




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