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Vício em jogos?

O que caracteriza o vício

De acordo com a OMS, uma pessoa é considerada viciada em games ao apresentar: Falta de controle sobre o jogo (seja frequência, seja intensidade, seja duração) Prioriza sempre os jogos em relação a outros interesses da vida e atividades diárias.


Apesar de muitos acharem que vicio em jogos seja algo inexistente ou muito raro, ele é real e devemos ser cautelosos ao criar nossos jogos e principalmente, compreender tudo que eles podem acarretar. Eu sou um desses que achava besteira essa coisa de gatilho e confesso que não sei ao certo a origem do gatilho que tanto é mencionado nas redes sociais, mas aqueles que acompanham o blog sabem que estou lendo o livro O Poder do Hábito e graças a isso, agora sei o que exatamente é um gatilho.



Aos programadores de plantão, gatilhos são Switchs, eles deflagram a ocorrência de um evento específico, com a finalidade de obter algum resultado e isso meus amigos, é um hábito. Uma sequência muito específica de ocorrências que após se repetir diversas vezes, virou hábito. Hábitos estão atrelados a nossos cérebros de uma maneira tão profunda que é impossível se livrar totalmente deles, mas como a regra de ouro do hábito diz, hábitos podem ser modificados, não apagados, mas sim administrados a ponto de se tornarem algo novo, mas com os mesmos benefícios. Veja casos em que a pessoa deixa de comer compulsivamente e passa a malhar compulsivamente, ou os casos onde uma pessoa corrige diversos problemas de sua vida começando a frequentar a igreja, estas são mudanças aplicadas a hábitos já existentes. Um gatilho caso seja aplicado ao hábito (pois de fato não sei a origem específica do gatilho que vejo comentarem nas redes sociais), não é necessariamente ruim, ele é uma deixa para algo acontecer, não significa que alguém vai sofrer com eles, mas entender quais são as suas necessidades e seus gatilhos, isso sim é importante para ter literalmente, uma vida melhor.


Voltando ao assunto vício em games, lembro da comoção ao anunciarem que a OMS iria considerar esta, uma doença. Isso dividiu opiniões, mas a grande maioria dos jogadores, considerou a tal doença, quase ofensiva, claro que ninguém quer dizer que é viciado em algo, mesmo aqueles que são obviamente viciados. A questão é que no anúncio em questão, foram dados padrões específicos para o vício e isso muitas vezes não se aplica a todos os casos, outro fator que acredito ser pertinente é que são raros os casos onde o individuo é viciado em jogos, geralmente é apenas um jogo e por motivos bem específicos. Geralmente o individuo que está preso nessa bolha de vício, está jogando algo online e esse algo possui características bem especificas, dentre elas destacando a interação com outros jogadores e os prêmios diários. Um vício nada mais é que um hábito ruim e ele consiste em um gatilho, a rotina e o prêmio, jogos online costumam oferecer a fase 2 e 3, mas o gatilho, isso já é mais pessoal. Mesmo um alcóolatra, dificilmente bebê porque gosta da bebida em si, nem mesmo a sensação o motiva, a bebida trás apenas uma falsa ilusão de que as coisas são melhores, o mesmo acontece com os jogos. É literal que muitos tentam fugir da realidade em seus vícios e isso é preocupante, muitas vezes estamos apenas lutando contra nós mesmos, a famosa auto sabotagem, sentimos que os problemas jamais terão uma solução, mas meus amigos, tudo pode ser resolvido.


Se livrar de um vício é sim, muito difícil, mas não impossível. É necessário buscar deixas que ativem a rotina, precisamos encontrar nossos gatilhos, todos possuem sua gama de gatilhos, basta prestar atenção. Ao encontrar o gatilho, contorne ele, escreva, mude, se mexa, modifique a rotina, faça algo que vai além daquilo que está impedindo o progresso em sua vida. Levando em consideração tudo o que foi dito acima e entendendo que a maior parte daqueles que acompanham o blog, são desenvolvedores ou almejam ser, precisamos começar a pensar desde a primeira linha de código, em como não criar um jogo que vicie. É curioso pensar que o maior sonho de um desenvolvedor possa ser de que seus jogadores se viciem no jogo (alguém lembra do caso do flap Bird?), mas isso não é mérito algum, jogos são feitos para diversão e sempre pensem nisso ao criarem seus jogos. Então MMOs não devem ser criados? Minha opinião é que cedo ou tarde, o conceito que temos de MMOs, será abandonado e algo novo surgirá. Já existe uma pequena, mas importante mudança em diversos MMOs, muitos deles estão tentando gradativamente se assemelhar aos jogos offline e isso é bom, pois a interação em pessoas é importante, fundamental. Ainda não há uma solução direta para zerar o número de casos relacionados ao vício em jogos, mas acredito que seja responsabilidade dos novos desenvolvedores, então seja criativo e faça o melhor para o seu público.

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